Pela primeira vez, o superintendente comercial da Coelba (Companhia de Eletricidade da Bahia), Ricardo Galindo, admitiu ao A TARDE que as justificativas de alta na temperatura e dias acrescidos na medição não explicam casos de aumento de 100% ou mais na conta de energia elétrica.
“Pode haver outros fatores, como erro de leitura, mas temos que analisar caso a caso”, afirmou. Ele disse que a Coelba tem acolhido as queixas dos consumidores e verificado individualmente o que está ocorrendo. Em alguns casos,a empresa estaria realizando aferição no relógio de registro em companhia do próprio consumidor.
“Se a Coelba identificar erro de leitura, isso será corrigido e será gerado um crédito para o cliente na próxima conta”, garantiu. Galindo também informou que estão sendo agendadas reuniões explicativas com grupos de condôminos que protocolaram queixas na empresa nos últimos dias. Hoje, um representante da concessionária irá se reunir com profissionais do Procon para prestar esclarecimentos do serviço.
Nesta segunda-feira, à tarde, já houve um encontro com o promotor Aurisvaldo Sampaio, no Ministério Público do Estado, cujo objetivo era propor medidas emergenciais para a situação, ainda não divulgadas.
“Além disso, vamos acionar a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para que venha à Bahia, faça uma avaliação dos casos e nos encaminhe um relatório”, adiantou o promotor.
Sofrimento - Enquanto isso, os consumidores baianos na capital e nointerior continuam sofrendo com as cobranças bem acima da média dos últimos meses. É o caso da aposentada Gildete Alves Pereira, 73 anos, que protocolou uma reclamação na Coelba ontem. Ela recebeu a fatura com vencimento em 15 de maio no valor de R$415,23,bem acima dos R$ 148,57 pagos na quinzena de abril.
De acordo com as contas, o consumo subiu mais de 500 kw/h, passando de 290 para 802 kw/h. “Não estou querendo pagar enquanto não resolver isso. O aumento é abusivo, eu não aceito”. Gildete mora na casa com o filho, um neto de 7 anos, a nora e a neta de 6 meses.
Entre os equipamentos de alto consumo, há um ar-condicionado, uma geladeira duplex, umamáquina de lavar 11 quilos e um ferro elétrico, estes dois últimos usados só uma vez por semana; o micro-ondas está quebrado e não há chuveiro elétrico. “Não tem nada que justifique. Não alterei em nada a rotina”, assegurou a
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