Senado
aprovou nesta quarta-feira (16) projeto de lei que permite a criação de
novos municípios. Proposto em 2008 pelo O Senado, o projeto sofreu
alteração na Câmara e, por isso, voltou para nova votação pelos
senadores. Agora, seguirá para sanção ou veto da presidente Dilma
Rousseff.
Segundo o relator da proposta, senador
Valdir Raupp (PMDB-RO), atualmente, o projeto já permitiria dar início a
processos de emancipação – e transformação em municípío – de pelo menos
188 distritos.
Uma nova lei sobre a criação de
municípios precisava ser aprovada porque uma emenda constitucional
aprovada em 1996 proibiu a criação de municípios por leis estaduais e
definiu que isso só poderia ser feito por meio de autorização em lei
complementar federal.
A matéria aprovada pelo Senado
regulamenta a Constituição ao estabelecer regras de incorporação, fusão,
criação e desmembramento de municípios e determina que distritos
poderão se emancipar após a realização de um plebiscito.
O texto aprovado é um substitutivo, com
várias alterações no projeto original, de autoria do senador Mozarildo
Cavalcanti (PTB-RR).
De acordo com o substitutivo aprovado, o
primeiro passo para a criação de um município é a apresentação, na
Assembleia Legislativa, de um pedido assinado por 20% dos eleitores
residentes na área geográfica diretamente afetada, tanto no caso da
criação ou desmembramento quanto nas situações em que houver fusão ou
incorporação de cidades.
Após o pedido, a assembleia legislativa
deverá coordenar um “estudo de viabilidade” do novo município. Se houver
viabilidade financeira e populacional, com base nos critérios
estabelecidos na lei, será realizado o plebiscito que definirá a criação
ou não do novo município.
Os senadores retomaram o projeto inicial
do Senado e retiraram do texto aprovado na Câmara a possibilidade de se
criar novos municípios em áreas de reserva indígena, de proteção
ambiental ou pertencentes à União.
De acordo com relator da proposta, não
há estimativa de custo da criação dos municípios, com a criação de
cargos e instalação de prédios públicos, como os das câmaras de
vereadores, por exemplo.
Segundo Valdir Raupp, os novos municípios receberão recursos que seriam aplicados em outras regiões do mesmo estado.
“Não vai aumentar um centavo nem para
União nem para os estados. Vai sair (recurso) dos municípios de cada
estado. Vai ser desmembrado um pequeno percentual das cotas do fundo de
participação [...] e de arrecadação com ICMS. O ‘município-mãe’ vai
perder percentual, isso é natural”, disse Raupp.
Tal projeto poderá beneficiar vários
distritos da região, inclusive o de Barrolândia, localizado em Belmonte.
O distrito já tem estrutura para que a emancipação aconteça e o povo
tem vontade de se separar da cidade de Belmonte e seguir o seu próprio
caminho. Basta saber se o distrito tem a capacidade de se manter sozinho
após o desligamento, fato que será apurado após o estudo.
O perigo da nova lei é que os políticos
usem as suas influências para criar municípios através de artifícios
duvidosos. Isso criaria diversas cidades pobres que não poderiam se
manter onerando ainda mais o estado e a união como acontece hoje com
vários municípios que quase não tem população e vivem somente das verbas
estaduais e federais sem criar nenhuma renda.