Filarmônica XV de Setembro completa 118 anos de história.
Postado por admin em 17 set 2013
Categoria: Notícias
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Com direito a bolo, parabéns e muita música a Filarmônica 15 de
Setembro comemorou mais um ano de existência em sua sede no centro de
Belmonte, bahia. Conheça abaixo um pouco da sua história.
A historia da Filarmônica 15 de Setembro
As Filarmônicas eram um grande destaque no final do século XIX e nas
primeiras décadas do século XX. No extremo sul baiano essas bandas eram
símbolos de poderio dos coronéis do cacau que mantinham a banda e
realizavam grandes duelos musicais que algumas vezes terminava em guerra
armada.
Belmonte era uma cidade privilegiada nessa época e contava com duas
filarmônicas que atravessaram o tempo levando a cultura musical e
mudando a vida de muitos jovens que passam por suas partituras e ganham o
mundo como grandes músicos instrumentistas. Os duelos musicais também
não deixaram de existir, a única mudança é que os debates não terminam
mais em guerra como antigamente. Hoje os duelos são para alegrar e
impressionar os moradores e turistas com a musicalidade e a cultura que
permanece viva em Belmonte.
XV de Setembro
A história da Sociedade Filarmônica 15 de Setembro começou em 1895
quando um grupo de coronéis liderado pelo coronel Pedro Ventura de
Amorim. O grupo decidiu que a recém emancipada cidade necessitava
urgente de uma filarmônica e assim nasceu no dia 15 de setembro do
citado ano a Sociedade Filarmônica 15 de Setembro. A filamonica começou a
alegrar as festas religiosas e culturais da cidade.
Um acontecimento humanitário marcou a história da Filarmônica. Em 1910 a
sede da 15 de Setembro foi doada como abrigo aos acometidos de uma
grande epidemia de varíola que assolou a cidade. Por causa disso o
prédio ficou interditado por alguns anos. Em consideração ao ato
generoso, o governo municipal isentou-a de impostos através da lei nº
92, de 18 de dezembro de 1911.
Em 1914 a Filarmônica sofreu uma grande perda onde uma grande enchente
destruiu a sua sede que ficava situada ao lado da Igreja de Nossa
Senhora do Carmo. A nova sede foi construída na Praça Manoel Seabra
Velloso, onde fica localizada atualmente.
Em 16 de julho de 1948 aconteceu o grande duelo que entrou para a
história belmontense, entre a Sociedade Filarmônica 15 de Setembro e
Sociedade Filarmônica Lira Popular. Naquele dia começava mais um
espetáculo após a tradicional novena da padroeira da cidade que terminou
depois da benção do Santíssimo Sacramento, por D. Eduardo, bispo
da
diocese de Ilhéus. Cada filarmônica procurava apresentar o melhor de seu
repertório, uma após outra. A cada apresentação eram arrancados
aplausos da população ali presente. A disputa continuou até o outro dia e
às 05:00H da manhã quando o bispo foi celebrar a missa as filarmônicas
ainda estavam se enfrentando, nem os apelos do bispo conseguiram parar
as apresentações. Somente ao meio dia foi que os presidentes das
respectivas agremiações subiram nos coretos e desceram com os seus
maestros, encerrando o duelo musical. Musical porque foi encerrado a
tempo.
Algumas testemunhas, ainda vivas, dizem que a Filarmônica Lira Popular a
partir das 05:00H começou a repetir os seus dobrados. Tornando assim a
Sociedade Filarmônica 15 de Setembro vitoriosa nesse duelo histórico.
Ao longo de sua existência grandes maestros e músicos passaram pela
Filarmonica como: Ovídio Santa Fé, Bacelar e João de Lilá. Este último é
lembrado até hoje através da sua grande obra que é o Hino de Belmonte.Hoje com
118 anos de existência e com uma grande
batalha que é enfrentada para continuar levando a cultura e a história
musical belmontense. A filarmônica se orgulha de ter encaminhado
diversos músicos para filarmônicas militares em todo país. A sua
formação atual, que contém jovens em sua maioria, continua a alegrar as
pessoas que admiram a boa música.
É preciso lutar para que essa entidade que carrega a cultura e a
história belmontense não se perca no tempo. Precisamos que nossos
representantes olhem um pouco mais para nossas filarmônicas e entendam
que elas são fundamentais para identidade do povo belmonte.