Estimulado por integrantes da cúpula do partido, três coordenadores do setor jurídico do PT de São Paulo entraram ontem com representação na Justiça Eleitoral para tentar convencer os ministros do Supremo Tribunal Federal da "inconveniência" de julgar agora o mensalão.
No ofício, encaminhado à presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Cármen Lúcia, que também é ministra do STF, os petistas dizem ser "inoportuno" a ocorrência do julgamento no período eleitoral. "Tem-se o pior dos mundos: a judicialização da política e a politização do julgamento", diz o texto, que acrescenta: "É duplamente inoportuno marcar um julgamento criminal na véspera da eleição, em pleno curso da campanha. Sacrificam-se os direitos individuais e desequilibra-se o pleito, do qual o Supremo Tribunal Federal se transformará no principal protagonista".
O documento foi elaborado por Marco Aurélio Carvalho, coordenador jurídico do PT e ex-sócio do ministro José Eduardo Cardozo (Justiça).
O julgamento do mensalão, marcado para começar no próximo dia 2, decidirá o futuro de 38 réus, incluindo toda a ex-cúpula nacional do PT e o
ex-ministro José Dirceu, um dos principais líderes do partido.
De acordo com o ministro do STF Gilmar Mendes, o ex-presidente Lula defendeu em um encontro com ele, em abril, o adiamento do julgamento. Lula nega.
A representação dos petistas, revelada pela coluna Painel, também tem o objetivo convencer a Justiça a coibir uso de imagens do julgamento na campanha.
O texto insinua a necessidade de "uma recomendação" do TSE.
"Há que se cogitar [...] senão uma recomendação, uma singela manifestação de preocupação aos ministros quanto à inconveniência de se enfrentar o julgamento em tal período."
A direção do PT negou ontem a paternidade do documento, apesar de ele ser apoiado por defensores de Dirceu e integrantes da campanha de Fernando Haddad à Prefeitura de São Paulo.
Paralelamente ao ofício, o presidente nacional do PT, Rui Falcão, divulgará vídeo amanhã para tentar desvincular a sigla do julgamento. "A mensagem
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