Acusados de praticar crimes de apropriação indébita, estelionato, receptação e formação de quadrilha, o que exigiu a anulação de um concurso público no município de Ilhéus, a 465 km de Salvador, foram denunciados à Justiça pelo Ministério Público estadual Ronaldo Santos Rebouças, Vinícius Oliveira Campos, Gildécio Martins Santana e José Carlos Santana dos Santos. Funcionário da SR Concursos e Pesquisa Ltda., empresa sediada no município de Lauro de Freitas e vencedora do processo licitatório, Vinícius foi preso em flagrante pela Polícia Federal quando entregava o gabarito de respostas da provas a José Carlos, que também foi preso, mas teve a prisão revogada. O promotor de Justiça Olivan Costa Leal, autor da denúncia, está recorrendo da revogação por não concordar com a decisão judicial.
O concurso, que contava com mais de 18 mil inscritos, deveria ter sido realizado em 10 de abril último visando o preenchimento de 28 vagas nas secretarias de Segurança, Transporte e Trânsito, Administração, Meio Ambiente e Educação de Ilhéus. Ouvido, o proprietário da empresa, Maurício Soares de Oliveira, informou que apenas Ronaldo e os elaboradores das provas tinham acesso ao gabarito. Ao ser preso, Vinícius confessou como foi montado o esquema fraudulento. Valendo-se da condição de empregado da SR Concursos, ele pediu ao também empregado Ronaldo que lhe passasse o gabarito para vender porque estaria precisando de dinheiro.
O próximo passo foi negociar a venda com Gildécio, irmão de José Carlos, pelo preço de R$ 3 mil, recebendo como adiantamento o valor de R$ 2 mil, ficando o restante para quando fosse divulgado o resultado do concurso. No ato da prisão, foi encontrado com Vinicius um pen drive contendo as questões e o gabarito, além de uma relação de quatro candidatos, todos também parentes de Gildécio, inscritos no concurso. No porta-luvas do veículo, foram encontradas quatro tiras de papel contendo o gabarito. Descoberta a fraude, mediante a interveniência da 9ª Promotoria de Justiça de Ilhéus, com atuação na defesa da moralidade administrativa e do patrimônio público, a administração municipal suspendeu a realização da prova, frustrando, ressalta o promotor de Justiça Olivan Leal, a expectativa dos candidatos, muitos deles vindos de outras cidades e até de outros estados. O fato, continua Olivan, trouxe inegável prejuízo para a administração pública municipal e provocou grande clamor e indignação na comunidade.
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