Mas a destruição das águas não é uma exclusividade belmontense. O mar vem destruindo a praia em vários pontos do Brasil, só no Extremo Sul da Bahia vários municípios como Porto Seguro, Mucurí, Alcobaça e Prado foram atingidos.
Em Belmonte alguns atribuem o avanço do mar no litoral belmontense ao porto da empresa Veracel Celulose localizado a 18 Km da cidade e a barragem construída no Rio Jequitinhonha nas proximidades de Itapebí que diminuiu consideravelmente o volume de água deixando o rio quase seco, mas um estudo desenvolvido pelo Laboratório de Marés e Processos Temporais Oceânicos (MAPTOLAB), Instituto Oceanográfico (IO) e Universidade de São Paulo (USP), revela que o mar na costa brasileira está avançando 40 centímetros por século ou 40 milímetros por ano, não tendo nada haver com as edificações citadas.
A pesquisa se baseou em dados coletados em diversos portos ao longo do litoral do Brasil desde 1980. Os estudiosos levaram em conta as médias de variações diárias, sazonais e anuais do nível do mar, o que permitem uma melhor avaliação local de longo prazo.
Para tanto, foram distribuídas estações permanentes de medição ao longo de toda a costa com a participação de diferentes instituições. O Instituto Nacional de Pesquisas Hidroviárias (INPH), a Diretoria e Navegação (DHN) da Marinha do Brasil, o Instituto de Pesquisas Espaciais (INPE), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), entre outras instituições, estão participando das pesquisas.
Segundo os pesquisadores, diversos itens podem influenciar na alteração do nível do mar, entre eles, o volume de água doce presente no oceano em decorrência do degelo polar, a variação de salinidade da água, a alteração de temperaturas em conseqüência do aquecimento global, fenômenos atmosféricos e oceânicos, como a influência dos ventos e das marés, além do posicionamento das órbitas dos planetas.
O pesquisador Afrânio Rubens de Mesquita, do Maptolab, explica que esse número é preocupante e que o mar poderá ameaçar toda costa brasileira no futuro. Um estudo em caráter global seria essencial para compreender melhor o problema, mas são muitas as dificuldades e poucos recursos financeiros.
barraqueiros e proprietários de sítios no litoral Belmontense. Várias propriedades praticamente sumiram do mapa, e agora as ruínas das barracas que ainda funcionavam tiveram que ser abandonadas por causa do auto-risco de desabamento. Para amenizar os prejuízos já incalculáveis os telhados foram removidos assim como portas, janelas e tudo mais que se pôde retirar.
A destruição, e agora desativação das ruínas das barracas, trouxeram prejuízos ainda não contabilizados para o turismo do município com a diminuição das opções de lazer oferecidas para os turistas que visitam a cidade e conseqüentemente a praia. Profissionais como cozinheiros e garçons também foram prejudicados com seus postos de trabalho destruídos.
“Uma vida de trabalho e muito investimento, destruídos em algumas horas” lamenta um proprietário de barraca.
Segundo informações, a Prefeitura de Belmonte, vendo a gravidade da situação, assinou um acordo com os barraqueiros para a demolição e retirada dos escombros da praia e construção de novas barracas. As novas edificações serão de madeira e afastada da água e estarão localizadas no lado esquerdo e direito do Guaiamum gigante, um dos principais pontos turísticos da cidade. O inicio e conclusão das obras está previsto para setembro.
Essa ação da Prefeitura Municipal é fruto de uma antiga cobrança dos moradores, dos profissionais que dependem da praia para viver, dos turistas e dos empresários que clamam ajuda do poder público para poder continuar com suas atividades. Apesar das diversas cobranças citadas, a Praia do Mar Moreno ficou literalmente abandonada durante um bom tempo e as festas que acontecem à beira do mar como o réveillon e o carnaval ficaram sem estrutura, contando apenas com carrinhos de vendedores ambulantes comercializando bebidas dentro da folia. Tal fato foi, durante esses eventos, a principal reclamação dos diversos turistas que freqüentam
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