quarta-feira, 28 de abril de 2010

Nem o vice-presidente da República escapa

O vice-presidente da República, José Alencar, confirmou hoje que foi vítima do chamado golpe do falso sequestro, no último domingo, ao atender uma ligação enquanto estava sozinho em seu apartamento, no Rio de Janeiro. Segundo Alencar, o suposto sequestrador colocou no telefone uma voz feminina, que lhe chamava de "papai". O vice-presidente disse ter acreditado que era sua filha Maria da Graça, e por isso continuou a conversa com o criminoso.



Alencar chegou a negociar valores a serem pagos ao suposto sequestrador, mas não efetivou o pagamento dos R$ 50 mil pedidos pelo bandido. "Ele pediu dinheiro, R$ 50 mil, mas eu disse: eu não tenho nada aqui, eu estou no Rio, eu não tenho dinheiro aqui. Ele perguntou: não tem joia? Eu disse que não. E ele: sua mulher não tem joia? Eu respondi que não, não usava joia."



O vice-presidente chegou a tentar baixar o valor do suposto resgate para R$ 20 mil, mas acabou interrompido por sua família, que chegou ao apartamento. Antes, Alencar identificou-se para o criminoso como vice-presidente.



"Ele me perguntou: qual é a atividade do senhor? Eu disse: eu sou vice-presidente da República. O quê? Eu disse que era vice-presidente da República. Qual é o nome do senhor? José Alencar Gomes da Silva. E nisso chegou o meu pessoal, a Marisa e as meninas, elas ligaram para a Maria da Graça, minha filha. Ela estava em casa, tudo bem", afirmou.



Alencar disse que "não houve tempo" de pagar o resgate, mas reconheceu que os casos de falso sequestro são "altamente preocupantes". O vice-presidente advertiu para que as pessoas fiquem calmas em casos de violência. "Papai nos ensinava uma coisa muito importante. Papai ensinava que o desespero não ajuda. Então eu tive calma."



Alencar disse que não se sentiu desprotegido, mesmo vítima do golpe. "Tudo bem, passou."
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