Motorista
(à direita) acusou policial de agredi-lo com coronhadas.
Rodoviários protestaram em frente à delegacia. Imagens: Thiago Dias/Blog
do Gusmão.
Conversamos
hoje (11) com o policial civil Eduardo Pacheco, acusado de agressão por
Fabiano Onório, motorista da empresa São Miguel.
Eduardo
admite que usou o cabo da sua pistola para golpear a cabeça do
motorista, no entanto, conta que Fabiano o agrediu primeiro.
O
policial preferiu não ser fotografado, pois teme represálias. Ele também
registrou queixa contra Fabiano. Além disso, afirma que motoristas
tentaram lhe cercar no Terminal Urbano e quebrar seu carro (que estava
estacionado em frente à 7ª Coorpin).
Perguntamos o que aconteceu entre ele e o motorista da São Miguel. Confira a resposta de Eduardo Pacheco.
“Eu
trafegava pela [Rua] Bento Berilo [Rua da Linha], quando o semáforo
fechou fiquei [com o carro modelo Celta] ao lado [esquerdo] do ônibus.
Ele [o motorista] olhou pela janela e, quando o semáforo abriu, ao invés
de sair pela mão dele, saiu me apertando, me apertando, me apertando,
até me jogar contra o canteiro do outro lado. Não tive pra onde ir,
segurei e ele partiu.
Pacheco
conta que gesticulou com as mãos para o motorista do ônibus. “Como se
dissesse: ‘o que é isso?’. Ele olhou pelo retrovisor e deu risada.
Aquilo realmente ‘me ferveu’. Eu não ia nem atrás dele… aí fui”.
Eduardo
foi ao Terminal Urbano e entrou no ônibus quando o motorista parou.
“Entrei já meio nervoso – lógico! – e perguntei ‘que porra foi aquela,
se ele tava louco e não sabia que ali tinha um pai de família? ’. Ele
virou para o lado esquerdo, pegou um triângulo [de sinalização de
trânsito] e arremessou. Eu tirei o corpo, mas, quebrou meus óculos. Meu
rosto está até meio roxo. No momento de nervosismo, eu saquei a pistola e
dei uma coronhada nele.
Lembramos a Pacheco que o motorista nos apresentou outra versão. Segundo Fabiano, Eduardo já entrou no ônibus com a arma na mão.
Pacheco rebateu: “Ele tem mais é que omitir os fatos, porque está errado”.
Conforme o
policial, as imagens da câmera do ônibus provarão que Fabiano o agrediu
primeiro com o triângulo. “Eu não sou louco. Meu histórico não tem
nenhuma mácula. Nunca respondi a processo. Eu sou policial, mas, antes
sou um ser humano e agi como tal. Não agi como policial. Não entrei com a
arma na mão. Se eu tivesse entrado com uma arma na mão, você acha que
ele tentaria me acertar com um triângulo? Ele usaria um triângulo contra
uma arma?”
Segundo
Pacheco, a imagem do policial já é estigmatizada. “O fato é que basta
ter um envolvido em qualquer situação para ele se tornar o culpado. A
outra parte vira vítima de imediato. A sociedade faz sua escolha antes
mesmo de ouvir a outra versão. Eu fui crucificado desde ontem. Minha
família foi exposta, porque meu nome foi colocado na mídia. Só não
veicularam minha imagem porque não tinham.
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