segunda-feira, 3 de maio de 2010

OS NANICOS E O GIGANTE ADORMECIDO

Há seis meses era dada por certa a vitória de Jaques Wagner no 1º turno.



Vieram as “barbeiragens”, os discursos sem ação e a maneira distante e fria de tratar os parceiros, que se demonstraram até aqui leais.



Entendemos como “barbeiragem” as contradições. Por exemplo, nas eleições passadas o povo baiano foi convencido a por um fim na hegemonia política do “carlismo”, inclusive por orientação do próprio PT. De repente, são convidados “carlistas” como César Borges e Oto Alencar para fortalecerem a chapa da situação, com direito e garantia de predomínio sobre aliados que viveram e sofreram toda a vida política para promoverem a mudança dos atores no governo da Bahia.



Paulo Souto é a via direta do “Carlismo” e Jaques Wagner com Oto Alencar é a via indireta. Logo, se pode entender como mais uma contradição, caso o PT direcione ataques ao DEM, ou Vice-Versa.



Os discursos sem ação compreendem inumeráveis atos do governo da Bahia, sem resultados. Ninguém pode contestar que o governador tem assinado muitas Ordens de Serviços, mas faltam os serviços.



A relação com os aliados é tratada com frieza e sem a demonstração do reconhecimento da importância desses aliados para com o governo.



Os assuntos importantes cabem ao Secretário de Relações Institucionais, ao qual se tem atribuído inexperiência e falta de trato político para o exercício da função que lhe foi incumbida. Ele poderia ser chamado de “Todo Duro” da política, por lhe faltar jogo de cintura.



O governador Jaques Wagner depositando exagerada confiança em alguns assessores, conferindo-os poderes para negociar e decidir, principalmente na importante área das Relações Institucionais passou ao povo baiano a sua imagem de comodista, ao invés de Democrata conforme assim se imagina ser.



Os poderes devem ser conferidos aos auxiliares, mas o arremate é responsabilidade de quem os outorga, de quem coordena. Ou seja, as rédeas e a condução do cargo, o seu controle, a revisão dos atos praticados pelos auxiliares e a decisão final cabem a quem governa.



Um NÃO dito diretamente a um aliado pelo Governador de maneira polida é mais aceitável do que um NÃO decorrente de uma discussão, que ensejam melindres e magoas partidas de um seu auxiliar, ao negociar com esse aliado.



Se a pretensão foi a de tornar o Rei distante dos acontecimentos para cuidar do seu trono, erraram na medida e na dose, porque o Trono do Governo do Estado da Bahia, não é Trono que se transfere por hereditariedade aos nobres sucessores, mas, sim, através do voto de um povo que amadureceu politicamente nos últimos quatro anos e tem feito uma reflexão comparativa entre o ontem, o hoje, para definir o amanhã.



A certeza que se tinha há seis meses, quando se afirmava que Jaques Wagner venceria as eleições no 1º Turno, hoje, a própria situação está consciente de que as eleições serão definidas no 2º Turno. Os menos apaixonados concordam e os aloprados, silenciam, confirmando, assim, no silencio, essa certeza.



A situação do Governo se agrava, porque está perdendo terreno político por falta de habilidade, falta de firmeza, de atitude e de compromisso nas negociações com os Partidos principalmente, com os chamados “Nanicos”, que têm sido menosprezados, em razão dos seus tamanhos, esquecendo que toda escada grande é construída de degrau em degrau. Cada “Nanico” representa um degrau.



O PT não tem dado importância a esse pormenor, enquanto isso, Gedel vem construindo a sua escada, de degrau em degrau. De “nanico” em “nanico”.



Há uma badalação de que a Deputada Ângela Sousa perderá todos os cargos estaduais de suas indicações.



A essa altura do campeonato, os exercentes desses cargos e boa parte do eleitorado ilheense, mesmo os não aliados da Deputada não hesitarão em absorver esse ato como sendo retaliação, que junto às “barbeiragens”, aos discursos sem ação e ao tratamento frio do PT em relação aos seus próprios petistas e aliados históricos, servirão de instrumentos de reflexão e com certeza refletirão negativamente nas eleições.



Na verdade, só o fato das eleições estarem sinalizadas para definirem-se no segundo turno, já seria um motivo bastante para o PT mudar de estratégia e de negociantes, porque, senão, os “Nanicos” darão um show de votos nos Gigantes adormecidos.



Realmente, a turma do governador Jaques Wagner não está em condições desprezar aliados e, ainda por cima sacaneá-los, chamando-os de “Nanicos” e de “Mulas”.



Não se pode medir a força de um adversário pelo seu tamanho, mas pela qualidade de agir, pela capacidade de aglutinação e pela forma decisiva na busca do seu propósito. Nesses casos não contam o discurso, nem as promessas, nem as retaliações, principalmente em se tratando de política.



O PT poderá está bebendo do seu próprio veneno. O antídoto poderá chegar muito tarde. Aí, restarão lamentos, saudades e acusações recíprocas.
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